quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Tem Amor e Paciência Contigo

Hoje, ao acordar de uma noite de sono, assim que abri os olhos, ouvi dentro de mim: tem amor e paciência contigo. Estas palavras enviaram-me imediatamente a um momento, no meu passado, em que compreendi como é difícil para a Mente despir-se dos hábitos, ideias e crenças que foi construindo.

Sei que estas palavras me foram enviadas, porque os impedimentos da minha mente, por vezes, impacientam-me. Quando tomo uma decisão consciente, quero ver as outras partes de mim a seguirem-me e não a fazer força contrária. E, se for um medo que já enfrentei muitas vezes, toda a energia que já despendi nessa batalha parece vir, de supetão, transformando-se em cansaço e, não muito tempo depois, em impaciência. Só me apetece dizer-lhe: “Oh, meu, mas ainda não te cansaste de repetir a mesma lengalenga? Faz-me lá o favor de desamparar a loja, que eu tenho mais que fazer!”. E, ao enviar esta energia à minha Mente, já não estou no estado de Amor. Começo a combater a energia mental com a energia mental, sem me aperceber e, no fim, acabo cansada, esgotada, enervada e a pensar porque é que a minha cabeça não pára?! Dá-me vontade de rir ao escrever estas palavras pela quantidade de vezes que isto aconteceu e pela imagem que me surgiu, agora mesmo, de mim com a expressão de Jon Arbuckle perante as travessuras do seu gato Garfield…Devo ter feito esta expressão, muitas vezes, nestes últimos dias!

Assim, hoje, ao acordar, recebi estas palavras que me relembraram os tempos a seguir ao falecimento da minha avó materna. Esta avó esteve sempre muito presente na minha vida e essa presença trouxe, muitas vezes, o peso dos problemas emocionais e psicológicos que ela carregava. Não obstante, houve momentos bons e ensinamentos que me foram muito preciosos. Ainda em vida, agradeci-lhe por isso e, apesar dos seus ouvidos humanos não me perceberem, pois sofria de Alzheimer, sei que a sua Alma me ouviu.
Semanas passaram-se a seguir ao seu funeral, que teve direito a missa, como ela o desejava, a vida continuou para nós que ficámos cá, como sempre acontece. O que vou descrever a seguir, já foi vivenciado por todos aqueles que viveram o falecimento de alguém próximo: a cabeça continua a lembrar-nos de preocupações relativas à pessoa como se esta ainda fosse viva. Perguntas descobriam o seu caminho até à minha consciência: Será que ela está bem? Será que estão a tratá-la bem? Porque é que ainda não recebemos notícias nenhumas sobre o seu estado, etc…Todas estas ondas da Mente aconteciam por uma fracção de segundos antes de se lembrar a si própria que aquela pessoa já não se encontrava entre nós.
E, foi num desses dias e perante mais uma advertência irreal da minha mente, que me apercebi como é difícil e leva tempo a substituição de uma realidade por outra. Se, para a nossa Mente, o nosso CPU (computador), um facto tão incontornável e certo como a morte não é o suficiente, para, logo ali, parar uma série de processos mentais que existiam na realidade da minha avó viva e serem substituídos pela realidade da minha avó falecida, então que dizer da dissolução de padrões comportamentais e estruturas mentais complexas?

A verdade é que, apesar de tudo o que é escrito acerca de como podemos mudar a nossa vida para melhor e de todos os exemplos de sucessos que contactamos através dos livros que escrevem, o funcionamento da Mente e a sua relação interactiva com o nosso Coração, continua um mistério…pelo menos, para mim.
Acredito que a Mente é algo muito poderoso e que pode ser posto em sintonia com o Amor Maior servindo-o aqui na Terra. Se sentimos que trabalha contra nós e começamos a olhá-la com olhos de inimigo trabalhando contra ela, estaremos a trabalhar contra nós, pois a energia “do  contra”, em si, é uma energia limitada, nasce do Medo e não do Amor. Nasce da vontade de “nos livrarmos” daquilo que em nós não gostamos e ao nos concentrarmos nisso, estamos a promover o crescimento precisamente daquilo que queremos dissolver. Combatemos Mente com Mente e acabamos esgotados, tristes e frustrados de uma batalha de trincheiras ilusórias.

A Mente através da sua energia pode trazer-nos benefícios fantásticos, impregnada pela energia do Coração, ela ajuda a nossa Alma, tão vasta e ilimitada, a viver aqui. A compreender lógicas, como a matemática; a entender mecanismos; a ter limites entre os vários corpos, objectos, etc…De outra forma, como conseguiríamos viver num mundo tridimensional se não pudéssemos interagir com ele? Se deitarmos abaixo todos os limites da Mente, todos eles, teremos caos, caos que a nossa biologia não conseguiria interpretar! Não digo isto por teoria. Digo-o através da experiência vivida do que é não ter um desses limites. Não ter limites na percepção do Espaço e Tempo, essa capacidade empática que nasceu comigo e que, naqueles momentos em que correu livre sem que, por uma razão ou outra, eu tivesse utilizado a energia mental para a controlar, o caos que se instalou é indescritível. Tudo Aqui e Agora Sem Limites não é algo que a nossa biologia consiga discernir para encontrar equilíbrio. Não o desejo a ninguém!

Por isso, hoje, ao acordar, a mensagem que me enviaram lembrou-me como o olhar sobre nós é importante. Se é através da Mente que posso transformar o que percepciono e sinto nestas palavras escritas, como posso irritar-me com ela quando não me serve da forma e rapidez que eu quero ou gostaria?

Tem Amor e Paciência contigo também inclui ter Amor e Paciência com o corpo com que nasci, com a Mente com que nasci e com todas as minhas capacidades, mesmo que, em momentos, me sinta impaciente com a sua aparente lentidão ou teimosia.
Podemos permitir-nos descontrair na confiança de que a nossa persistência nos trará todas as respostas que necessitamos...no ritmo certo, no momento certo.

Com Amor,
Sofia

Um Dia Difícil

Ontem foi um dia difícil para mim… Difícil, porque a única voz que conseguia ouvir dentro de mim era de interrogação: “O que é que estou a fazer mal?”.

Os anos de 2009 e 2010 foram anos pautados pela evolução rápida interna o que também significa: cair e levantar, atravessar densidades emocionais e mentais perante circunstâncias desorientadoras, muitas lágrimas e momentos de estar perdida, sem direcção. Ontem, as circunstâncias do dia não me levaram ao desespero, mas à constante interrogação: “mas, afinal, o que falta compreender que não estou? Não estou a seguir o caminho do Amor? Então, porquê a Abundância que sei estar aqui para mim, não se manifesta?”.

Muitas vezes, neste caminho que, um dia, decidi encetar, questionei-me se seria capaz de continuar a percorrê-lo. A verdade é que aperta cada vez mais, estreita até quase não conseguir andar…o que me faz continuar apesar de tudo? Soube sempre e sei que, se quisesse, poderia escolher parar e ir pelo outro, bem mais fácil, e sei que conseguiria obter o que me trouxesse segurança financeira e integração social…a um preço, claro. Sei-o, porque nasci com uma capacidade empática que me permite saber o que os outros precisam ou esperam de mim e isso fez com que, em todos os projectos em que me encontrei, mesmo quando não era essa a minha intenção, destacava-me, recebia incentivos, recebia convites, recebia condições e facilidades que outros, trabalhando afincadamente, não obtinham. Não tinha paixão por nenhuma tarefa ou área em particular e, ainda assim, dava frutos concretos e promissores.

Talvez, por isso, a luta entre a minha cabeça e o meu coração tenha sido tão aguerrida. A argumentação do intelecto é, de facto, tentadora: “estás aí nesse tal caminho do Amor e da Luz, onde tudo é difícil e suas para perceber o que é suposto fazeres! Só recebes desafios, lutas e contrariedades e tudo em nome de quê? De um Amor que nem vês, só sentes? Que grande Amor esse que permite que estejas presa a uma vida de dificuldades em que só há uma forma de agir que pode trazer-te resultados concretos. Um Amor que te pede sacrifícios materiais, sacrifícios emocionais, sacrifícios de reconhecimento e em nome de quê? De um Deus, um  Amor, uma Luz que te impele à evolução sacrificando tudo o resto? Pega naquilo com que nasceste, no QI que te permite escolher a área que quiseres, na capacidade com que foste agraciada e usa-os para o teu proveito, ganha dinheiro, goza-o ao máximo, rodeia-te de pessoas que te admirem pelo teu sucesso. Não vês como tens tudo numa bandeja e estás a recusar?” .
Situação sacana! As tentações foram tantas que hoje já me rio quando, às vezes, ainda me assaltam!

Ontem foi um desses dias! A tentação de uma solução rápida e eficaz perante um problema que desafia a minha confiança…e o meu coração diz-me: “Então, foi tudo em vão? Vais desistir agora depois de tudo o que percorreste, depois de todas as compreensões que alcançaste, depois de teres sentido, finalmente, que a Paz e o Amor são possíveis para ti?”.
O que é que me mantém neste caminho? É que, para mim, não há outro!

Houve um tempo em que tentei, por tudo, encaixar-me num papel que desenharam para mim e eu aceitei; integrar-me num sistema de crenças e fórmulas que não me estimulavam e, claro, tentei por tudo acreditar que esta vida que me mostravam era tudo o que eu poderia esperar viver e a única coisa que me faltava descobrir era a maneira de gostar, amar e desejar essa vida. No dia em que me questionei de onde vinham essas noções de vida, papéis, futuros, sucessos e senti que não tinham originado em mim, tudo mudou. Soube-o, porque se ao contemplá-las só me transmitiam desolação, como podia ter sido eu a criá-las?

Assim, hoje, sei que o que me mantém firme aqui é a experiência da vida em beleza, em constante admiração e surpresa. É poder respirar fundo, meditar e sentir, nem que seja por dois segundos, a extraordinária sensação de Paz, o incomparável sentir do Amor Incondicional e a transformadora presença de mim em unicidade com o Todo. Não há nada mais real que viver assim, e, por isso, tenho Fé que, um dia, conseguirei mais segundos deste sentir e hei-de expandi-los cada vez mais. Acredito que viver este Amor e partilhá-lo é o meu propósito de vida aqui e que todas as actividades, trabalhos, locais ou projectos que escolher estarão impregnados desta consciência.

Ontem, no meio da tempestade, vi-me do outro lado das ondas, numa praia lá ao longe, a sorrir e a acenar de volta, encorajando-me a continuar.
Sabendo o que sei, como posso continuar neste caminho? A pergunta, na verdade, é esta: Sabendo o que sei, como poderia não estar?

Com Amor,
Sofia

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O Olhar do Adulto

Hoje, enquanto tratava da minha tarefa diária de manter limpa a área pertence às necessidades dos nossos gatos, começou a tocar, na minha cabeça, uma música da qual já não me lembrava há muito.  Não a música inteira, mas dois versos que, por sua vez, me recordaram de uma sensação que tinha, muitas vezes, em criança e que hoje voltou, agora com outro sentido.
A música é “Greatest Love Of All” cantada por Whitney Houston e os dois versos a tocar, em constante looping cá dentro, são “I believe the children are our future” (eu acredito que as crianças são o nosso futuro) e “let the childrens laughter remind us of how we used to be” (permitam que os risos das crianças nos lembrem como fomos um dia). Fugindo ao significado original da música em si, pois não foi ela que me levou à reflexão, mas sim a sequência de versos desirmanada; relembrei a incompreensão que sentia, em criança, ao observar o olhar dos adultos sobre nós, cheio de saudosas lembranças e as palavras de : “esta é a melhor fase da tua vida, aproveita-a bem”, deixando sempre a ideia de que, ao crescer, a alegria e a leveza da vida estariam condenadas a desaparecer.

Lembro-me que continuei a ouvir as mesmas palavras durante a adolescência e como o desalento, a desesperança e o cansaço de quem mas dirigia, me formava um bolo no estômago como se fosse uma condenada lentamente caminhando em direcção ao meu degredo, o meu calvário, o resto da minha vida. Contribuindo para a minha confusão, observava esses mesmos adultos no contentamento efémero que sentiam por todas as coisas que podiam fazer e ter por serem adultos, senhores da sua vida, e que prezavam acima de tudo o resto. Ter a sua casa, o carro, a conta bancária, preocupações de adulto, iniciativas de adulto, conversas de adulto, discussões de adulto…No entanto, ao observarem as crianças nas suas brincadeiras criativas e despreocupadas, o coração enchia-se de uma saudade imensa de sentir novamente a mesma liberdade e magia que, um dia, sentiram e o peso escorria pelos seus ombros provocando os familiares suspiros e as tais palavras de aviso como se quisessem alertar a criança que haviam sido: “aproveita bem”.

Voltando aos versos da música e ao meu presente, devo confessar que, apesar de ter tido a minha quota-parte de tentativas de viver este “adulto”, continuo a não compreender esta perspectiva instalada, tantas vezes defendida, de que a nossa vida deve ser imutável. As decisões e escolhas que tomámos enquanto jovens constroem o resto dos anos da nossa vida e que uma vida sem planos, em linhas curvas ao invés de linha recta, é o pior dos nossos pesadelos! Não saber aos 30 o que quero estar a fazer aos 50 é uma aberração e sinal de alguém que não tem os pés na terra, é disperso e concerteza terá um futuro sem sucesso à sua frente! Obrigamos jovens de 15 anos a tomarem decisões profissionais e ainda os advertimos a escolherem bem, pois isso irá determinar os próximos anos da sua vida, a escolha de cursos para a universidade, os empregos que irão ter para ganhar o dinheiro para contrair empréstimos de 40 anos para casa, carro, família, conta-poupança, reforma…tudo isto mascarado de uma vida de sucesso material e social que, supostamente, traz felicidade e realização pessoal. E após anos de vivência desta “adultice”, encontramo-nos instalados numa vida sem cor, sem movimento e sem surpresas e, então, viramo-nos para as nossas crianças com esperança no seu potencial, com novo entusiasmo para ajudá-las a compreender a sua importância, uma vez que nós, adultos, já pouco iremos contribuir para promover mudanças.  Vivemos adormecidos, desconectados do nosso verdadeiro potencial, da verdade do nosso poder e, nesta cegueira, carregamos os ombros das nossas crianças com responsabilidades que não são ainda suas. E, sinceramente, que discursor motivacional seremos nós para elas quando temos uma visão tão negra e limitada do que significa a vida aqui como adulto?

O mundo precisa de cada um de nós como somos, nem menos nem mais, nesta vida que é a nossa e que só acaba quando partimos dos nossos corpos. Que sentido faz querer ser igual ao outro? Qual a razão de sentir que ser adulto e ter responsabilidades é o mesmo que sentir-se cansado, aprisionado e ansioso? Que voz é essa, dentro de nós, que nos convence que devemos sentir-nos satisfeitos porque temos um emprego que paga bem, temos as nossas posses essenciais e ainda conseguimos comprar vestidos e gravatas, jantar à noite de vez em quando? Porque que é que insistimos em ouvir essa voz, confiar que iremos sentir-nos satisfeitos amanhã, quando hoje nos sentimos vazios e que estamos a perder tempo?

O nosso potencial verdadeiro está sempre presente, pacientemente à espera que acordemos para a realidade da sua existência e para a possibilidade de o vivermos em pleno…
Não significa que somos egoístas ou ingratos porque tomamos a consciência de que, apesar de parecer ser uma vida bem construída e recheada de coisas boas, para nós não serve. Não serve, porque não estamos felizes, não sorrimos porque uma joaninha posou na nossa mão, o nosso peito não se sente quente e cheio de gratidão pela vida e, porque, no fim do dia, chegar à cama é, na melhor das hipóteses, um alívio e não um descanso.

A criatividade efervescente das crianças não acaba porque crescemos… esmorece porque nos aprisionamos e mantemos a esperança de que, amanhã, ao mudarem as circunstâncias, vamos sentir-nos melhor. Se canalizarmos toda essa energia para, gradualmente, nos relembrarmos de quem somos, do que gostamos e que é possível, e desejável, viver o nosso potencial, a nossa criatividade vem sem esforço.

E acabou de me surgir um verso de outra música que me parece muito apropriada: “And when you smile, the world smiles with you” (e quanto tu sorris, o mundo sorri contigo).

Com Amor,
Sofia

As Estações da Alma

Como as estações do ano vêm independentemente da nossa opinião ou vontade, também os impulsos da nossa Alma.
Ao estar com o meu pai durante o dia, apercebo-me da dificuldade que é acreditar no que é real em nós e que temos dentro à espera de sair. E quando digo "à espera", não me refiro a uma tranquila passividade, mas sim a "constantes pancadas na parede de betão que erigimos para calar os nossos sonhos mais queridos", pois mesmo que consigamos convencer-nos a encaixarmos a nossa existência no molde que a sociedade (ou outros) nos "impõe", chega uma altura (ou várias) em que a nossa Alma nos obriga a olhar para nós e para o que nos tornámos. Fá-lo de diversas formas, seja por uma permanente sensação de insatisfação que, um dia, se torna insuportável ou pela acção incompreensível (para nós) de uma pessoa que nos é querida ou da qual estamos dependentes.
Acreditar que, se fizermos mais aquele sacrifício ou, por outro lado, nos deixarmos levar, mais uma vez, por aquele padrão que sabemos não ser saudável, estaremos a evitar que a nossa Alma nos faça confrontar o espelho é, em si, uma atitude de terror. Terror que carregamos connosco todos os dias, em todas as decisões, em todas as palavras e tons de voz, anos e anos a fio. Vamos sacrificando, fazendo concessões, fingindo, mentindo, na esperança desesperada de nos convencer que somos assim e, mais que isso, gostamos de ser assim, porque ser assim é a única forma que sabemos ser.

Hoje, estava, mais uma vez, à volta desta questão enquanto brincava com o Flash, o gato do meu pai, na varanda da casa dele. Tínhamos almoçado e ele fora trabalhar. Um dia ambíguo de Outono com os habituais turnos de sol e nuvens, o quentinho e o súbito frio...Nesse entretanto do tempo, em que as nuvens tapavam o sol e eu provocava o Flash com um brinquedo improvisado de um pedaço de papel, vários pequenos barrufos caíram sobre as lentes dos meus óculos. O vento estava forte e contra a minha face...quando olhei em frente, observei o céu cinzento, o vento frio no meu rosto e as pequenas gotas que se esmagavam contra a minha pele e o meu pensamento foi de que a brincadeira estaria a chegar ao fim, pois chuva e gato não casam propriamente...depois senti uma certa pena, pois começara há pouco tempo e ele estava mesmo contente depois de dias as dormir, todo mole...e cheguei à compreensão de que tal como a Natureza segue o seu curso sem pensar duas vezes, não pede desculpa se nos vem atrasar ou destruir um plano, não se sente culpada, porque não pode corresponder à expectativa de alguém, também quem nós somos verdadeiramente vem sem aviso, revela-se em toda a sua glória, não pede desculpa por existir e atinge-nos onde sentimos mais por muito que isso nos desarme, nos desoriente e nos enfureça.
Ser humano é uma aprendizagem dura, sem dúvida, e, hoje sinto, sem dúvida, que independentemente das minhas resoluções, decisões, acções e vontades, a minha Alma vai sempre expressar-se batendo contra as várias paredes de betão que erigi...a questão é: até que ponto estou apegada a essas paredes e até onde quero levar essa dependência vivendo os dias aterrorizada por dentro de que se largar o controlo, permitirei à minha Alma destruí-las uma a uma?
Respiro fundo, largo a necessidade de ser perfeitamente coerente e rendo-me à realidade mutável da minha Natureza aceitando os empurrões da minha Alma como naturais e, se me sentir num dia especialmente audaz, até desejáveis!

Com Amor,

Sofia